ArtRio – como sempre, só até amanhã…

Esse ano, a crise finalmente atingiu a ArtRio. A feira continua de ótima qualidade, com excelentes galerias e artistas representados; o ambiente, mais do que nunca, está fantástico – afinal, a região acaba de sair de um processo magnífico de renovação – os food trucks (Cogu, Crepe Art Noveau, o sempre disponível Hare Burger…) estão ótimos. A impressão, no entanto, é de que temos metade dos expositores de outrora, e poucos – muito, muito poucos – expositores internacionais. Nada de White Cube, pessoal.

Cheguei perto das 14h, ainda antes um pouco, e estava vazio e tranquilo. Ao sair pelas 16:30, o local havia se tornado um inferno, surpreendentemente lotado, ao ponto de mal se conseguir andar. Sendo amanhã o último dia, recomendo aos interessados que cumpram seu dever cívico nas urnas cedo pela manhã, almocem cedo (se não interessar o pout-pourri de food trucks) e cheguem às 13h, horário de abertura do evento.

Dentre as galerias de que não me recordava de outros tempos, chamou-me a atenção a (aparentemente) austríaca Rudolf Budja, que apresentou de Hélio Oiticica a Warhol, passando por Doisneau, Miró, Chagall… A Um Galeria de Arte, de Ipanema, trouxe seus lindos Damien Hirst, e a Inox, no Cassino Atlântico em Copacabana, apresentou as divertidas fotografias de Celina Portela – imagens que complementam-se no plano tridimensional, interagindo com alavancas e outros objetos – e

De toda forma, vale o passeio. Façam-no, se puderem! Uma amostra de alguns dos trabalhos de que mais gostei por lá.

Ascânio MMM na Márcia Barrozo do Amaral Galeria de Arte

O Móvil Rojo (e qualquer outra coisa, em geral, de Julio Le Parc) não fotografa tão lindamente quanto se vê. Ainda assim, era o point mais bombante de selfies de toda a exposição.

(eu não compreendo a coisa de fotografar a si mesmo com a arte. é a mesma coisa que fotografar-se ao lado de um monumento? não creio. mas não sei por que não)

Julio Le Parc, Móvil Rojo, 1967-2015, Galeria Sur

Beuys por Warhol. Como não amar?

Andy Warhol, Joseph Beuys (Double Portrait), 1980, Rudolf Budja Gallery

Picasso e Doisneau – e uma referência a Chaplin? Não sei. Difícil resistir a Picasso com mãos monstruosas de paezinhos.

Robert Doisneau, Picasso aux petits pains, 1952, Rudolf Budja Gallery

 

Joana Vasconcelos na Casa Triângulo

Iole é sempre bonito.

Yole de Freitas na Roberto Alban

Por menos borboletas e mais disneyland desconstruída com glitter (e por módicos 46 mil dólares)

Damien Hirst, Mickey e Minnie (cada um é um trabalho), na Other Criteria: New York and London

Para divulgar em mídias sociais ou pendurar no quarto em frente à cama.

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Shirley Paes Leme, Carbono Galeria

Natureza morta.

Jorge Mayet na Inox

Fooorça!

Celina Portela na Inox

Muitos Metaesquemas e uma Lygia Pape.

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Hélio Oiticica, Metaesquemas, década de 50, e Lygia Pape, sem título; Rudolf Budja Gallery

O evento, definitivamente, está valendo a pena, e certamente está menos enlouquecedor do que outras edições mais extensas. Ainda assim, torço para em 2017 voltar a entrar em desespero por ter pouco tempo e muitas galerias para visitar.

Para quem quiser lembrar das edições anteriores, meus comentários estão aqui e aqui. E vale lembrar que a Praça Mauá e o Píer, de repente, se tornaram espaços lindos…

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ArtRio
até 2 de outubro das 13h às 20h
Píer Mauá – Centro
30 reais

 

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